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Arquitetos: Caá Porá Arquitectura, nicolas&nicolas
- Área: 350 m²
- Ano: 2022
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Fotografias :Nicolás Provoste
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Fabricantes: AutoDesk, Bath&Home Center, Edesa, ITVAL, Rhinoceros, Simetrika
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Magnólia é uma resposta alternativa a um enclave tão comum como a habitação. O projeto busca compreendê-la a partir da ação de habitar uma série de espaços como família e não a partir da perspectiva de um elemento arquitetônico. Implantada num contexto suburbano cheio de natureza e longe da cidade, trata-se de uma composição volumétrica simbólica que entende cada ambiente da casa como uma parte única, com características próprias, que se relaciona com o meio ambiente e com o entorno em geral.
Nesse sentido, foi projetada uma superfície de 350m2 resolvida em um único andar onde se propôs dividir o programa em cinco volumes, dando total independência a cada uma das atividades que cada cômodo abriga. Os diferentes volumes heterogêneos se entrelaçam com a paisagem, gerando dilatações e transparências que transformam o verde do contexto original em parte dos espaços internos.
Os espaços articulados que conectam as áreas principais são transições que conferem a sensação de caminhar livremente no jardim, enquanto se navega pelo interior. A localização de cada volume obedece à luz solar de acordo com sua atividade. Os espaços privativos e de serviço estão alinhados com o sol da manhã para aproveitar as primeiras horas de luz do início do dia, enquanto os espaços sociais e de integração familiar aproveitam o sol da tarde, quando todos já voltaram para casa de suas atividades.
Os espaços côncavos entre o objeto arquitetônico e a paisagem são acabamentos visuais que geram transparências em todo o comprimento e largura da casa, reforçando a ideia de criar objetos habitáveis de natureza escultórica, alheios ao entorno em que se encontram.
Cada volume acolhe uma atividade específica que responde a diferentes condições como nível de privacidade, capacidade de pessoas, insolação, ventilação, interação com o exterior e espaços adjacentes. Isso faz com que os ambientes internos sejam modificados em altura, largura e comprimento, bem como no tipo de revestimento, alcançando assim a personalidade que corresponde a cada um. Além disso, há aberturas específicas em cada volume. No caso dos espaços sociais, eles estão visualmente interligados entre si, enquanto os espaços privados têm vista para o exterior.
A materialidade do projeto é muito simples. Planos contínuos lisos pintados de branco, com linhas suavizadas nos vértices, reforçam a ideia de um objeto artificial alheio ao contexto onde está implantado. As passarelas translúcidas que ligam os espaços são formadas por chapas de aço que cobrem as lajes, trabalhando com uma paleta mais orgânica e dando força à horizontalidade da composição.
O projeto propõe uma casa unifamiliar de forma bastante abstrata, na qual o funcionamento dos espaços, suas relações internas e o contexto suburbano são extrapolados para gerar um objeto arquitetônico simples e singelo em sua composição e materialidade. A sua organização permite que os acontecimentos da vida cotidiana, sejam eles simultâneos ou independentes, decorram sem perturbar a ordem geral, ato tão necessário nas famílias de hoje, em que o individual e o comum têm igual importância.